terça-feira, 29 de outubro de 2013

Voo livre!!

Até bem pouco tempo atrás poderíamos mudar o mundo. Quem roubou nossa coragem? (Quando o sol bater na janela do teu quarto - Legião Urbana)
            O primeiro passo. A entrega daquele projeto. O suspiro pra tomada de decisão. A primeira letra do livro. O abrir dos olhos de manhã. CADA DIA É UM NOVO DIA!!! E eu já sei, caro leitor, que isso parece frase de livro de auto-ajuda! Mas quem sabe não estejamos precisando necessariamente disso? Uma ajuda própria, conselhos óbvios, porque dominamos o científico, mas o óbvio já ficou pra trás faz tempo! Sabemos de filosofias muito caras e pouco úteis para o nosso cérebro, mas o “abecê” da vida vai sendo esquecido no caminho, em meio à poeira dos pés.
            Estreamos todos os dias. A ideia não é romper com qualquer indício de repetição, porque algumas rotinas são deliciosas demais para serem abandonadas (vide o texto “Parem de falar mal da rotina, da Elisa Lucinda). Não obstante a vida seja uma roda viva de ciclos que se iniciam e se repetem, alguns eventos só precisam ocorrer uma vez na vida... E já tá bão assim!
            Se jogar no novo, conhecer realidades inéditas pra você, outras pessoas e cenários pode ser uma escolha acertada, afinal de contas! Nos preocupamos com certezas, com o planejamento excessivo e esquecemos do que se passa lá fora. E não me refiro apenas a mudanças completas de vida, mas a cada nova estreia, a cada novo momento. A vida é mais simples do que todas as expectativas mirabolantes que criamos.
            Enfrentar o novo talvez seja mais fácil do que encarar o velho e tentar reformulá-lo. É mais fácil jogar no lixo uma roupa rasgada de fora a fora do que remendá-la com linha e agulha. Refletir as práticas diárias e modificá-las para outras melhores é um trabalho árduo. A verdade é que somos indivíduos extremamente bundões. Tudo está a um centímetro, mas queremos as coisas na palma das mãos. Mudar dá trabalho e nós não gostamos disso!
            O ano novo está logo ali (ou será que a minha esperança de que as férias cheguem é que dá essa impressão?) e hoje fui obrigada a pensar na minha própria vida, e com relação ao aspecto profissional, principalmente. Hoje foi dia de prova do doutorado. Fiz 3 redações sobre a prática docente e sempre me parece que os professores entram num marasmo didático depois que se tornam veteranos nas escolas. Isso me entristece e, de certa forma, me coloco nisso, uma vez que também sou professora (ainda que não esteja atuando, por causa do mestrado recém-terminado).
            Me lembro de quando estava na faculdade e queria muito ser professora. Na verdade, já entrei no curso de Ciências Biológicas com esse intuito, e apesar de ser bióloga, atualmente me identifico mais frequentemente como professora. Eu passei boa parte das aulas de prática de ensino imaginando o que eu faria em sala de aula, que tipo de professora seria, se desenvolveria bem o meu papel. E hoje, justamente hoje, a prova em branco me pergunta: Quais características podem ser observadas em um considerado bom professor? Listei algumas coisas que julguei serem importantes e me lembrei do brilho dos olhos, de um insight que tive numa viagem de ônibus sobre um tipo específico de aula que daria numa dessas matérias da licenciatura. E me lembro, claro que me lembro, do meu desejo de um dia ser considerada como “a melhoooorrr professoraaaa do mundoooo”!!! Isso já aconteceu, e mesmo que eu saiba que não é verdade, que existem vários outros melhores que eu, a sensação de dever cumprido é incomparavelmente boa!
            Hoje, portanto, me pego lendo um post antigo publicado aqui em 31 de Agosto de 2010 e comparo a minha realidade com o que eu planejei. Estou bem, as coisas estão acontecendo rápido... Mas antigamente eu tinha uma vontade de mudar o mundo, de apresentar às pessoas novas formas de observar o universo em volta!!! E hoje lembrei disso e das mudanças que ocorreram na minha vida. Tive surpresas boas, outras surpresas eu mesma preparei pra mim, e certos planos foram deixados de lado. Mas hoje, ao responder essa questão para a redação, me coloquei novamente como a moça de 20 anos que queria ser professora acima de tudo, mudar os ecossistemas da vida real e que parecia ter a receita para tudo isso na ponta da língua.
Hoje fui pressionada a ser mais grata e mais perseverante. Já passei por muitas coisas e sei que posso ser a mudança que eu mesma preciso. O ponto de vista é influenciado pelas lentes que usamos. Hoje decidi modificar algumas coisas e usar a lente do otimismo para outras que não posso. E, neste exato momento, me vem à cabeça a oração da serenidade: Concedei-me, Senhor, serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para distinguir umas das outras.
Os sonhos podem ser resgatados; a esperança pode ser passada a limpo; um novo rumo pode ser tomado. Só nos resta seguir em frente com novos olhos e novo fôlego!


2 comentários:

Anônimo disse...

Oh! Não conhecia a oração da serenidade. Ignorante é fogo!!!
Nunca tive aula com você, mas imagino que você seja, de fato, a melhor "fessora" do mundo, considerando-se sua inteligência, criatividade, simpatia e empatia, presença de espírito e outras qualidades mais, que gostaria de ter, mas não as tenho.
Parabéns pelo que você é: uma grande FFFFera (com muitos efes maiúsculos).
Bjo.
Bob

Elisa :):) disse...

hahahaha Que fofo, pai!! Obrigada! :) Vc que é FFFFeeraaaa!! :)
Bjos