quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Um Janeiro de risos e lições

    


     Querido leitor: aí vai um post no maior estilo “diário de menininha”.

    Eu sei. Estamos no FINAL de Fevereiro. Janeiro já passou. Daqui a pouco já é Natal! Eu já sei! Porém, o que não sai de mim é a saudade desse Janeiro que, sim, já passou, mas que jamais será o mesmo, tamanha a intensidade! Meu pensamento ta no Janeiro que veio como um tsunami, mudou um monte de coisa dentro de mim, fortaleceu várias outras e me fez extremamente feliz! Lembro desse Janeiro como se tivesse sido há 10 minutos!
    Vocês sabem aquelas redações de volta às aulas, sobre “como foram minhas férias e minhas perspectivas para o ano de 2014” (sim, as professoras do Ensino Básico usam a palavra “perspectiva” e não explicam para os alunos de terceira série o que ela significa)??? Então... Essa é a minha redação. Enjoy.

Minhas férias e minhas perspectivas para o ano de 2014

     Minhas férias começaram como começam as de todos os anos: com o Natal. Passei Natal, passei Ano Novo, tudo com a família. O Natal, apesar de comemorar o nascimento de Jesus Cristo, não foi o auge da alegria das minhas férias, o que é estranho, considerando que toda minha família é cristã. Todo ano é assim. O Natal, que deveria ser o maior momento de festa e regozijo, torna-se um jantar monótono, em que as pessoas contam os minutos pra ir embora. Enfim. Jesus renasceu no meu coração e isso basta, não é?!
    O Ano Novo geralmente é mais agitado, com mais parentes, mais alegria, mais cantorias, mais pagações de mico de primas (estou me incluindo nessa!) Estando com a família quase completa reunida, o clima fica mais leve e nem todo mundo quer sair correndo pra casa dormir. Melhor assim!
    Entretanto, o ponto alto das minhas férias ocorreram em dois momentos que trouxeram as tais lições e risadas do título (o primeiro, não o segundo).
                     1) Por mais um ano, eu participei de um curso chamado CELMU (Curso Ecumênico de Liturgia e Música). Assim como no ano passado, passei variadas situações e APRENDI! Aprendi muito! Aprendi em aulas formais e não formais. Aprendi com evangélicos e católicos. Aprendi claves de sol e fá, aprendi técnica vocal e regência, aprendi história da música e iniciação musical, aprendi percepção, aprendi liturgia. APRENDI. Aprendi a olhar para o outro e me enxergar nele. Aprendi a deixar minha vaidade musical abaixo do nível comum, aprendi a confiar... Confiar que Deus me deu um dom e eu preciso usá-lo no Seu serviço. Aprendi a ter menos vergonha de tocar e cantar em público das formas que eu GOSTO e SEI. Aprendi a pedir ajuda para aprender. Aprendi a demonstrar mais amor, cultivar mais amizades, a estar presente em todos os outros meses do ano! Se eu dissesse que valeu a pena, estaria mentindo. Valeu a pena, valeu o coração, valeu o sorriso, valeu o cansaço, valeram as lágrimas de emoção. Convivi com pessoas muito diferentes de mim, de todos os cantos do Brasil, aprendi música e liturgia com elas e me senti parte de uma grande família. DE NOVO. :) E novamente ano que vem, e no outro, e no outro, fazendo além das 3 etapas básicas do curso, se Deus permitir. Porque vale a pena. Vale mais do que isso! Me diverti. Ri muito. Cantei. Brinquei de “o banquinho do Raul”. Saí. Estudei e me inspirei divinamente com todas as lições a serem aprendidas, vividas e passadas adiante! Graças a Deus!
                         2) Dois dias depois do término do CELMU, eu fui a um acampamento da igreja. Acampamento Cristo é Vida (ACV) . E foi só por Cristo mesmo, gente, porque eu fui MUITO preocupada com o que encontraria por lá, MUITO preocupada com as circunstâncias nas quais eu me convenci a ir, MUITO preocupada com o fato de ser meu primeiro acampamento (VA = virgem de acampamento), MUITO preocupada com os meus costumes religiosos e cotidianos e MUITO preocupada com as outras pessoas. Fui. O que eu encontrei por lá foi muito acolhimento e uma Elisa que eu não conhecia tão bem. A Elisa que aprendeu que oração (individual, em grupo, uns pelos outros, ao vivo) não é coisa de crente pentecostal. A Elisa que deixou de lado antigos preconceitos contra irmãos de fé. A Elisa que VIVEU momentos inesquecíveis com pessoas inesquecíveis. A Elisa que se reconheceu na risada vinda da cama do lado. A Elisa que fez amizades, que agora estão grudadas nela com superbonder eterno. Eu, Elisa, vivi. Ri. Chorei (porque, afinal de contas, eu choro até com desenho animado!). Superei alguns limites físicos. Aceitei (não to falando de aceitar Jesus, porque já sou convertida, mas aceitar alguns fatos, ficar em paz e tirar um pouco do peso do coração). Vi  um céu que nunca tinha visto igual na minha vida!!! Vi uma fogueira enorme acesa. Vi Deus de uma forma que não havia visto antes. Amei as pessoas, o lugar. Me estressei, porque algumas regras de acampamento geram estresse MESMO! Mas eu sei que o que ficou aqui foi o melhor. Precisava passar por isso e conhecer as pessoas que eu conheci. Recebi respostas para perguntas que ainda nem tinham sido feitas por mim. E voltei com o coração pronto.
    Entenda, querido leitor, que esse Janeiro, apesar de muito “crente”, muito “religioso”, sem muitas badalações efetivas, foi maravilhoso. E eu não pensei que seria tudo isso. Cansei demais! Foi um Janeiro de correria, não de descanso físico. Mas dentro de mim, nunca tive tanto refrigério! E, de coração, espero que esse refrigério esteja aqui comigo e com você por todos os outros meses deste ano!

    Agora, minhas perspectivas para o ano de 2014 são APRENDER, VIVER e RIR mais, como se Janeiro ainda fosse.

Obs: um beijo especial para o pessoal do CELMU e do ACV.
Obs 2: a foto desse post foi tirada no ACV, num momento chamado "A sós com Deus", pela Amanda Moraes, uma fotógrafa muuuitoooo boa, dona da cama ao lado da minha. Obrigada, Dinhaaaaa, pela foto e pela amizade!!! :)

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Contando carneirinhos...



    Não seria a insônia um desassossego, uma inquietante síndrome dos ansiosos de plantão, dos que precisam desesperadamente dormir e simplesmente não conseguem? Dizem que é consciência pesada. Dizem que é estresse. Dizem que é macumba. Sinônimo de Polishop na TV. Sinônimo de TPM fora de época. Sinônimo de cochilo no teclado do computador durante o dia.
    Olhos pesados, olheiras, humor do mal e um único pensamento: DOR-MIR MUITOOOO!!
    Outro dia, com algumas mudanças de hábito, tive um pouco de insônia. Pensei, então, em carneirinhos. Nunca havia utilizado essa técnica para pegar no sono! Surpresa: não foi eficiente. Uma estratégia tão disseminada, com ares de científica e passada por incontáveis gerações, não funcionou!
    Entre os 20 e 30 primeiros carneirinhos, me distraí com as tarefas do dia seguinte. Ao perceber que fugi do foco “carneiral”, voltei à contagem. Entre os 60 e 70 carneirinhos do segundo tempo, me perdi nas preocupações gerais com profissão, coração e brigas comigo mesma. Novamente, “putz, cadê os malditos ovinos pulando a cerquinha branca?? 100, 101, 102, meu Deus, não vem nunca esse sono?? 110, 111, 112, ixe, esqueci de colocar as roupas pra lavar. 132, 133, 134, QUE VENTILADOR BARULHENTOOO, MEUUU!!! Nossa... será que eu tenho déficit de atenção? Nem contar carneiros eu consigo, pô!!” Resultado: não dormi, não cheguei ao final da contagem, não resolvi meus problemas só por pensar neles em hora imprópria, acabei com uma outra encanação psicológica e a única coisa boa que resultou disso tudo foi esse post!
    Pensei em carneirinhos, carneirinhos e nesses dias de fim de novela, lembrei do Félix. Voei mesmo. Fiquei pensando...  
    Carneirinho... Félix... Pra quê tanta preocupação com um beijo, se o que um casal gay faz longe das câmeras é mais do que trocar meros selinhos sob fundo musical bonito, num cenário de tirar o fôlego? Por que isso tudo, se durante vários domingos anteriores a nova Globeleza foi escolhida para passar, inclusive durante o dia, NUA na TV aberta, sem preocupações nem preconceitos? Mais me afeta um par de peitos pululantes que um selinho entre homens. Mais digno o beijo, que também já virou forma de promoção dos fins de novela. E olha que eu geralmente gosto de novela pra distrair a cabeça. Beijo gay virou atrativo, polêmica, enquanto a vida acontece lá fora e passa desapercebida. Defender o direito dos homossexuais virou sinônimo de postar no facebook uma frase de apoio ao Félix... E ao seu Carneirinho.
    Mas a inquietude ainda afeta. As pessoas têm pesos e medidas diferentes para coisas que as ofendem, sem querer ofender. O beijo não deve ser beijado a fim de provocar outros, para promover uma ideia a ser aceita sem reservas ou uma novela a ser assistida de cabo a rabo. E nem o peito deve ser exposto para ibope. O que me afeta de verdade é tanta gente olhando de lupa para mim e para outros com a mesma rigidez com que julgam o beijo “fictício” e gay do Félix. Estas pessoas, sim, deveriam contar carneirinhos até como forma de profissão. Melhor contá-los, ocupando-se de não contar a vida dos outros, pra pegar no sono. Enquanto tem gente dormindo e acordando com a vida alheia (real ou não) na ponta da língua, dormindo o sono dos “justos”, eu, com MEUS carneirinhos, não to sendo ajudada pela velha técnica sonífera. Paciência!
    Bons sonhos, querido leitor!