Há algum tempo venho pensando em algo para escrever. Ultimamente tem sido bem difícil, não por falta de tempo ou criatividade, mas por um bloqueio crítico... A criatividade não está ajudando muito, mas o principal fato impeditivo é estar pensando demais sobre muita coisa e cada vez fica mais difícil colocar esses meus “parafusos” em palavras inteligíveis. Amo escrever!! Amo expressar o que penso, ainda que meus textos nem sempre sejam coerentes, concisos (nunca, né?! Vamos ser sinceros!) ou bem escritos. Eu sei que às vezes me contradigo, mas mudar de opinião é algo inevitável de tempos em tempos. Eu me repito e me refaço.
Guardo coisas que escrevi desde mto cedo!! Desde os poeminhas mais bregas e furrecas da idade das perturbações psicológicas (poxa... será que ainda estou nessa fase?? rs) até as cartas recentemente escritas! Não que eu pense que este é um material riquíssimo em cultura (NÃO É!!), mas é o que eu sou!! E eu amo ser o que sou! Alguns adoram minha verborragia crônica e outros simplesmente a vêem como complicadora de situações.
Apesar disso, sou apegada a cada palavra imaginada num fundo preto na minha cabeça ou lida nas páginas de um livro. E ao ler as palavras alheias, as vozes narradoras são as mais diversas: Cid Moreira (clássica!!), Denise Fraga (inesperada??), gente próxima conhecida, Herbert Vianna (poxa... mandei bem nessa!!) e a minha própria voz! Assim, são narradas dentro de mim, de maneira maravilhosa, cada uma das palavras dos livros. Elas se juntam àquelas produzidas por mim mesma. Com essas formo outras, que se somam às próximas, dançando em meu computador, ao ritmo ditado pelos dedos. Aparecem e desaparecem constantemente, para um post nesse humilde blog ou para algo mais comprometedor, como minha dissertação.
Possuo grande afeição pelas palavras que produzo, que digo, escuto e leio. Pertencem a mim e delas não largo!! As que são minhas, são indiscutivelmente minhas!! E as que são dos outros tornam-se igualmente minhas!! Aproprio-me de todas elas e demonstro quem sou e o que amo!!
Escuto, leio, escrevo... Escuto o que escrevo, imagino escutar o que leio, escrevo o que escuto e o que leio... E escrevo o que escrevo para dizer o que quero. Tudo o que foi lido, escrito e escutado se mistura para formar novas oportunidades de escrita, leitura e audição. É um movimento de troca: recepção e entrega!
Essa mania pululante de busca e expressão por meio de palavras me move para além daquilo que imagino ser capaz de alcançar. Quando alguém me diz: “nossa, adorei seu texto”, “você fala bem em público”, “muito boa sua opinião”, “faz sentido isso que você disse” (concordando ou não com o que eu falei), sinto que consegui!! Externei o que me é interno e subjetivo, aquilo que me faz ser quem sou, sendo isso agradável aos outros ou não.
AS PESSOAS SABEM CONVERSAR MUITO POUCO E MUITO MAL!! A presença de palavras é imprescindível para que alguma pessoa se torne, para mim, alguém que eu seja capaz de amar verdadeiramente!!! CONVERSAR É VITAL!! A convivência humana saudável depende basicamente disso!
Seria difícil viver sem minhas palavras, seria difícil viver sem as pessoas que amo. Tenho o costume peculiar de guardar várias coisas em caixas de lembranças; muita gente faz isso. Mas eu guardo muito de tudo que acontece comigo. Diários, fotos, lacres de garrafinhas de água mineral apertados para ficarem em forma de coração, canudinhos retorcidos em tranças no fim de alguma conversa pós-lanche, entradas de cinema, shows, teatros... Coisas legais e coisas chatas, do presente e do passado. Até lembranças de ex! Sim, as que eu não joguei fora na hora da raiva, claro!! Algumas coisas nem lembro que guardei e isso é o que faz com que as caixas de lembranças sejam tão mágicas!! Elas te transportam para momentos vividos intensamente num passado recente ou distante.
Com as minhas lembranças e palavras sou capaz de dizer alguns dos fatores que me fazem ser quem sou, e conhecer a mim mesma é algo esclarecedor e gratificante!! Minhas lembranças e palavras me cobrem de todo o valor infinito do amor que a mim foi dado e do amor que eu entreguei e que por outrem foi cuidado. Essas coisas fazem permanecer vivas em mim as pessoas realmente importantes.
Muito maior do que o medo humano de morrer, para mim, é o medo de estar sem aqueles que amo muito!! Uma caixa de lembranças traz consigo a prova de que tudo aquilo evidenciado em palavras, pequenos objetos e imagens foi realmente vivido. A caixa de lembranças autentica e valida os fatos meio mesclados com outros acontecimentos em sua memória. E tamanha é a minha vontade de possuir evidências para que as futuras memórias sejam provas vivas e fluidas de fatos verdadeiros. Difícil estar sem quem amo. Minhas palavras são como pessoas queridas das quais trato com carinho. E as compartilho com vocês há um ano por meio desse blog “cororido” e renovado!!
As palavras que aqui entrego a vocês em pacotes com fitinhas são partes de mim. Cuidem de cada uma delas: são meu presente; são o que sou; são minha vontade de estar com vocês; são minha manifestação de amor! Utilizem-nas da forma que quiserem, mas deixem que permaneçam dentro das caixas imaginárias de lembranças em suas memórias... Pra que elas provem que eu existi, que estivemos juntos... E que foi legal! Ou não, depende de quem está aí lendo!! Hehehehehe
Obrigada por receberem minhas palavras por esse ano inteiro (na verdade, um ano e um mês, porque a postagem de um ano era pra ter sido no mês passado! rsrs mals!!) Obrigada por lerem meus posts, por comentarem, por respeitar o que penso e promoverem diálogos sobre o que escrevo! Obrigada pelo apoio. Este um ano de blog e contato com vcs, leitores MARAVILINDOS, tem sido realmente importante para mim!!
“Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo”
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo”
(Metade – Osvaldo Montenegro)
MUITO OBRIGADA MEEESSMO!! Bjo no bumbumzinho! :):):)